O "Banco dos Reformados"
Estava aqui a pensar com os meus botões, eu penso muito com eles e por vezes até lhes peço opinião sobre algum assunto que tenho de tratar.
Dizia eu. Estava aqui a pensar no meu dia-a-dia, no que tenho de inventar para fazer, para me manter ocupado, não cair no ócio…essas coisas que quando deixamos de trabalhar temos de engendrar para não padecermos de inércia.
Anda uma pessoa a pensar na reforma uma vida inteira e depois temos de nos aborrecer com o que vamos fazer agora. Não é depois, é agora.
Bom, aqui na minha terra existe um banco em frente ao mar onde se juntam os reformados, como existe em tantas outras terras. Mas naquele banco não se joga às cartas, nem se bebe um tintol, nada!
Naquele banco fala-se, pensa-se a olhar o mar, sempre a olhar o horizonte.
Foi, portanto, naquele banco que resolvi parte da minha preocupação.
Trabalhar, para mim, em casa de manhã e socializar à tarde.
Mas a minha chegada ao banco dos reformados não foi pacífica. Fui bem recebido, claro que sim. Todos me conhecem e eu conheço-os todos.
O problema é o banco, só dá para quatro reformados e eu era o quinto, portanto, quando alguém se atrasa fica de pé!
Mas lá chegámos a acordo e tomamos duas resoluções, a saber:
- Implantámos o sistema de rotatividade;
- Vamos fazer um requerimento à Câmara aqui da terra para colocar mais um banco ou então colocar um banco em “u”. Esta solução foi a que colheu maior aceitação. Eu também votei a favor.
O “banco dos reformados” é um local fabuloso e como gostamos muito de lá estar, principalmente eu, vamos enviar o requerimento já na próxima 2ª feira.
Do “banco dos reformados”, o primeiro com este nome na minha terrinha, vê-se tudo, até o que não queremos ver!
Já me esquecia. Vamos também pedir para mudar as árvores para uma zona onde se apanhe sombra a partir do meio-dia. É que houve algum “esperto” que colocou as árvores a montante do banco e por isso apanhamos um escaldão da parte da tarde.
Estamos todos bronzeados sem meter um pé na praia!